terça-feira, 13 de setembro de 2011

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Sinto-me estranha! Há muito que não pego numa caneta e escrevo tudo aquilo em que estou a pensar. Isso faz-me sentir como se eu não fosse verdadeiramente eu. Se calhar tento ser uma pessoa diferente só para que possa agradar a todos, ou então, sou mesmo eu sem saber que o sou. É confuso. Na verdade não sei de mim. Perdi-me. Perdi-me? Talvez nunca me tenha conhecido. Sim, é impossível alguém se conhecer a 100%. Há umas semanas atrás sabia em pleno o que era, o que queria, o que sentia. Hoje não sei nada. É mais o tempo que passo a pensar no ontem do que a vontade de continuar para amanhã. É impressionante a forma como num momento posso ter a certeza daquilo que sou e no instante seguinte tudo mudar. Sinto-me enclausurada em mim mesma. Uma prisão que não me deixa falar mesmo que queria, não me deixa gritar, correr ou sorrir. Tenho medo. Tenho medo de tudo o que há minha volta mexe, tenho medo de tudo o que me possa fazer sentir viva, de tudo o que depois me possa fazer morrer mais um pouco. Para quê este medo? Para quê este pavor de viver e correr atrás de algo? Algo me prende ao chão e não me deixar sair do mesmo lugar. A única coisa que faço de livre e espontânea vontade é ficar aqui, abrigar-me, chorar sozinha. Ninguém pode ver, ninguém pode se quer pensar no que sinto. Não tolero que invadam este meu mundo só para perceberem o que não tem compreensão lógica possível. Não confio. Não posso confiar e não posso se quer tentar explicar.

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